12 de junho de 2010

Peregrinação


Sociedades necessitadas
De realidades obrigadas por elas mesmas,

Realidades essenciais
Para a constância de uma vivência coletiva,

As criações formadas
A partir de impulsos de guerra
Surgidos no princípio da humanidade,
Tomam formas próprias a cada dia...

Que será das relações naturais
Entre homens e homens
Se o curso das obrigações informais
Forem predominantemente impulsivas-determinantes?

Nós, seres humanos,
Seguimos rumos involuntariamente mortais.
E não nos damos conta
Do quão avançada está nossa peregrinação.

Como pode a racionalidade limitada
Da generalidade universal
Vestida de escravos dominados por ela mesma
Conduzir seus subordinados à perfeição?

O livre arbítrio,
Concedido a todos,
Foi inserido em contextos improdutivos.

Se o produto inacabado
De motivações moralmente corretas
Persevera certamente inútil,

Que consciências investigadoras
Aflorem desde o oriente até o ocidente.
Transformando a realidade existente no hoje,
Em verdades positivas do amanhã.

9 de junho de 2010

"Linduras" Superficiais


Cubro-me de puro véu
Por completo. Escondendo-me
Das vãs sutilezas que me rodeiam
Em meu dia-a-dia carregado de amarguras.

Amarguras que estão à minha volta
Disfarçadas com lindas expressões de paz.

Vivo num universo
Amplamente carregado
De diversificações de mundos.

E cada mundo com suas características próprias.
Mas que ao se organizarem em um só conjunto,
Dão a parecer serem um só...

Apenas do ponto de vista miragem...
Quando se avista parcialmente
E sem preocupação com profundas análises.

Porque a "união" de mil cabeças pensantes
Pode sempre causar dissensões.
Ainda que bem ocultas estejam.

Ah! Este universo
Tão cheio de atrações...

Tantas "linduras" superficiais
Que insistem em me envolver!

Por isso me escondo.
Busco não aprouver aos meus olhos
Toda essa exuberância...

Para que não atinja a meu coração
Sentimentos que me tornem
Superficial.

Que me façam ser mais uma beleza
Nesse planeta que vivo,
Esse mundo em que sou e estou.

Sinceridade


Vida de mundos comunicativos,
Repleta de regras para boas interpretações.

Até quando a mais perfeita sinceridade
Será ignorada?

O verdadeiro ato de ser sincero
Implica coragem em nosso mundo.

Nem sempre as comunicações realizadas,
Talvez com o intuito de satisfazer o receptor
São realmente vertentes que conduzem à satisfação.

A profunda satisfação.
Essa que está muito mais além
Do que mero ato passageiro de sentir bem.

O alcançar de constante gozo
Mútuo ao que diz e ao que ouve,
Requer esforços que dignificam a ambos.

E se os contadores de histórias
Compreendessem o prestígio de dizer
Palavras que tocam a superfície
Das pessoas que os ouvem? Palavras que margeariam
O mais profundo de cada ser...

E arderiam a carne dos corações.
Os quais não suportariam tão grande dor
E cederiam buracos que permitiriam suas entradas.

Se veria nos olhos de cada um
Que a realidade é o que transforma.

E se os leitores de histórias
Compartilhassem do mesmo prestígio,
Pronunciando em sinceras palavras
As suas verdadeiras compreensões
Das leituras?

Um futuro de realidades
Muito mais honestas
Do que as que temos hoje, poderia
Vir a existir.

Ou mais...
Uma vida de dignos frutos
Das comunicações estabelecidas
E passiveis a boas interpretações.
Obrigado pela honrosa visita!
Saudações.
mss